Wildness

Percorro os vales sob a lua
Com o amargo sabor do Ouro na boca 
O que se reflete em mim é a poeira que outrora fui.
As luzes da cidade já não me dizem nada
E procuro refúgio do barulho das fábricas
Começo a tirar a roupa que me prende e a lavar a cara com a água do riacho
Sinto a terra húmida nos pés
E deito-me em forma de feto
Vulnerável com as feridas e orgulho que fui criando ao longo do tempo 
Passo com a mão levemente sobre as cicatrizes 
Estou como apareci no mundo 
Sem sinal de civilização 
Sob a melodia da noite
Encontro me, tal como sou.



Fotografia por Ana Ferreira

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