Nostalgia
Vivo na nostalgia. Vivo numa doce nostalgia para me lembrar como é ser feliz. Como a vida é simples, como o tempo passa de uma forma curiosa e cuidadosa, como temos fases tal como a lua.
Vivo nos quentes Verões e sinto o cheiro do trigo e do cravo na minha pele. Lembro-me da sensação de rasgar a pele do pêssego com os dentes e de sentir o sumo nos meus lábios, de rir enquanto o limpo com a mão e de ouvir os pássaros.
A vida é simples quando te desprendes das roupas, da rotina, do dinheiro, da sociedade. A vida é simples e bonita no Verão, nos dias quentes em que corres descalça pela relva e deitas-te num tronco a observar a luz que consegue penetrar entre as folhas e ouves o teu cão a ladrar.
Agarro-me a estes pequenos momentos, a esta sucessão de imagens que parecem um filme retro dentro da minha cabeça.
E sempre que estou a viver na nostalgia lembro-me daquele dia quente, em que usava uma camisola de manga cumprida amarela e os lábios vermelhos como rosa, e ia no lugar de passageiro com a janela aberta. A música estava tão alta e eu sentia-me tão livre e indomável que só me lembro de estar com o braço de fora da janela e espreitar timidamente com a cabeça. É incrível como um momento tão simples e como algo tão básico como sentir o vento na cara me fez sentir tão viva.
Eu gostava que houvesse um livro de vida que nos guiasse desde o início, gostava de saber no momento o que esse momento se iria tornar, gostava de entender o que sinto quando o sinto e como alguém nos vai fazer falta. Principalmente, gostava de um guia para cuidar melhor desses momentos e das pessoas que estão neles. Porque viver constantemente numa nostalgia porque encarar a falta, a falha... é cansativo.
Por isso, eu tenho saudades da tua voz e de quando me irritavas, tenho saudades de te roubar as batatas fritas e sinto saudades dos tons verdes. E eu sei que toda a gente erra em todas as relações, só não sei quando um erro pode vir ser o último, ou porque perdoamos alguém que fez algo muito pior mas não outra pessoa que não fez algo assim tão grave. Eu deduzo que se não nos curarmos de algo que nos magoou vamos depois sangrar e culpar outra pessoa por essa dor. Deveria haver um manual para sabermos quem estimar e valorizar, para sabermos que estamos presos num passado e estamos a perder alguém que pode ser um óptimo presente e futuro. Talvez esse manual seria ignorado, porque na verdade eu já li tantas histórias e aqui estou eu a errar, talvez esse seja mesmo o problema. Não vemos os sinais nem os finais que estamos a traçar e quando já estamos nesse caminho fechamos numa nostalgia. A nostalgia tem sido a minha casa ultimamente e tem sido doloroso. Mas também aprendi muito. Sei que errei e no que errei, sei o que erraste e o porque. E sei que, independentemente de tudo, eu vou sempre ter um carinho enorme por ti.
"and if we stop talking, please send me a music".
Vivo nos quentes Verões e sinto o cheiro do trigo e do cravo na minha pele. Lembro-me da sensação de rasgar a pele do pêssego com os dentes e de sentir o sumo nos meus lábios, de rir enquanto o limpo com a mão e de ouvir os pássaros.
A vida é simples quando te desprendes das roupas, da rotina, do dinheiro, da sociedade. A vida é simples e bonita no Verão, nos dias quentes em que corres descalça pela relva e deitas-te num tronco a observar a luz que consegue penetrar entre as folhas e ouves o teu cão a ladrar.
Agarro-me a estes pequenos momentos, a esta sucessão de imagens que parecem um filme retro dentro da minha cabeça.
E sempre que estou a viver na nostalgia lembro-me daquele dia quente, em que usava uma camisola de manga cumprida amarela e os lábios vermelhos como rosa, e ia no lugar de passageiro com a janela aberta. A música estava tão alta e eu sentia-me tão livre e indomável que só me lembro de estar com o braço de fora da janela e espreitar timidamente com a cabeça. É incrível como um momento tão simples e como algo tão básico como sentir o vento na cara me fez sentir tão viva.
Eu gostava que houvesse um livro de vida que nos guiasse desde o início, gostava de saber no momento o que esse momento se iria tornar, gostava de entender o que sinto quando o sinto e como alguém nos vai fazer falta. Principalmente, gostava de um guia para cuidar melhor desses momentos e das pessoas que estão neles. Porque viver constantemente numa nostalgia porque encarar a falta, a falha... é cansativo.
Por isso, eu tenho saudades da tua voz e de quando me irritavas, tenho saudades de te roubar as batatas fritas e sinto saudades dos tons verdes. E eu sei que toda a gente erra em todas as relações, só não sei quando um erro pode vir ser o último, ou porque perdoamos alguém que fez algo muito pior mas não outra pessoa que não fez algo assim tão grave. Eu deduzo que se não nos curarmos de algo que nos magoou vamos depois sangrar e culpar outra pessoa por essa dor. Deveria haver um manual para sabermos quem estimar e valorizar, para sabermos que estamos presos num passado e estamos a perder alguém que pode ser um óptimo presente e futuro. Talvez esse manual seria ignorado, porque na verdade eu já li tantas histórias e aqui estou eu a errar, talvez esse seja mesmo o problema. Não vemos os sinais nem os finais que estamos a traçar e quando já estamos nesse caminho fechamos numa nostalgia. A nostalgia tem sido a minha casa ultimamente e tem sido doloroso. Mas também aprendi muito. Sei que errei e no que errei, sei o que erraste e o porque. E sei que, independentemente de tudo, eu vou sempre ter um carinho enorme por ti.
"and if we stop talking, please send me a music".



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