As cores do vento
Continuo a sentir-te à minha volta. É verdade: em cada orquídea que nasce no meu jardim vejo-te, no cheiro do meu café ouço-te: estás aqui comigo.
Sinto-te no vento que me abraça e envolve. No vento que brinca com o meu cabelo, que teima em fazer-me cócegas e até mesmo aquele vento que me limpa o rosto nos dias mais cinzentos. Imagino-te a deitar sob ele um pozinho de mil e umas cores, imagino-te a dar-lhe um pouco do brilho dos teus olhos, um toque da tua magia. Oh!, como eras mágico...
Tenho tantas saudades de te dar a mão a atravessar a rua e de brincar com a tua boina (quente como o teu coração, sempre). Talvez seja por isso que te sinto tanto à minha volta: não te largo. Não largo nem uma única recordação tua e por vezes dou por mim a percorrer todos os cantos da minha alma a procura de uma nova. Por isso, sempre que o vento percorre estes meus dedos frágeis sei que me estás a dar a mão. Sempre que a chuva caí timidamente no meu rosto eu sei que são beijinhos teus de boa noite. Sempre que sopro um dente-de-leão sei que estás lá a dar um toque mágico.
Bem, aqui vai um pequeno segredo: mesmo que não sejas tu que dás todas estas cores ao vento, mesmo que o vento seja só isso e nada mais, serás sempre o meu vento. O meu mágico vento.



Gosto muito da forma como escreves. =)
ResponderEliminarhttp://agatadesaltosaltos.blogspot.pt/
Obrigada!! Fico verdadeiramente feliz por isso :)
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